CARLOS CACHAÇA (1976, LP)

CARLOS CACHAÇA, (Continental). O disco ainda nem começou a ser gravado, mas já está ficando bom. A Continental chamou Pelão para produzir que chamou João de Aquino para fazer os arranjos. Cachaça está com 74 anos. Alvorada lá no morro, que beleza. Uma energia incrível. Raul Giudicelli não sabe o tamanho da besteira que diz quando escreve que ser pobre é uma pobreza. Quarta-feira, na Continental, a assinatura do contrato. Testemunhas: João de Aquino, Pelão, Hermínio Bello de Carvalho, Jorge Coutinho, Jonas Vieira e Aldir Blanc. – (Roberto Moura)1

Aos 74, o primeiro de Cachaça – Aos 74 de idade, só agora Carlos Cachaça lança, via Continental, seu primeiro Lp. Cachaça é considerado o mais autênticp dos composltores de morro. “Alvorada” (antes gravada por Clara Nunes), “Juramento falso” (velho sucesso de Orlando Silva) e “Quem me vê sorrindo” são as mais conheçidas do disco. O lançamento aconteceu, com todas as alegrias e biritas, na sede da Estação Primeira de Mangueira, comemorando os 50 anos de carreira do compositor. A produção é do craque Pelão e os arranjos e regências de João de Aquino. (Nelson Motta)2

N.º 21 CARLOS CACHAÇA

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Face A :

Todo Amor — Carlos Cachaça e Cartola
Quem me vê sorrindo — Carlos Cachaça e Cartola
Amor de Carnaval — Carlos Cachaça
Crueldade — Carlos Cachaça
Se Algum Dia — Carlos Cachaça
Não me deixaste ir ao Samba — Carlos Cachaça

Face B :

Harmonia em Mangueira — Carlos Cachaça
As Flores e os espinhos — Carlos Cachaça
Cabrocha — Carlos Cachaça
Juramento Falso — Carlos Cachaça
Clotilde — Carlos Cachaça
Alvorada — Carlos Cachaça, Cartola e Hermínio Bello de Carvalho

FICHA TÉCNICA

Produção fonográfica: Discos Continental
Direção de produção: J. C. Botezeli (Pelão)
Técnicos de som: Walter Oliveira e Jorge Teixeira
Corte: Milton Araújo
Montagem: Ercídio Zanatelli
Arranjos: João de Aquino
Regência: João de Aquino
Capa: José Maury de Barros
Fotos: Ynaia de Paula Souza Barros e Daryr Valério

Colaboradores:
Antonico Abóbora d´Águá, Mará, Jair, Valdecir Blanco, Dora, Minininha, Zica, Cartola, Cazuza, João Mucci, Jorge Candinho, Fernando, Frederico Matos de Sá, Carlito Maia.

Gravado nos Estúdios Hawai, Rio de Janeiro, nos dias 28, 29, 30 de junho e 1, 2, e 4 de julho de 1976.

ídolos mpb CULTURAL
DISCO É CULTURA
1-19-405-026

ENCARTE
Carlos Cachaça, Cartola e Natal do Bandolim
Carlos Cachaça, Cartola e Natal do Bandolim
Foto: Encarte do LP

Em 1887, foi construída a estação ferroviária de Mangueira. Em 1929, foi fundada a Estação Primeira de Mangueira. Em 1902 nasceu Carlos Moreira de Castro, o Carlos Cachaça. Filho de uma, pai da outra. Se sua vida tivesse que ser resumida em duas palavras, elas seriam samba e trem. Ou, como no verso de Fernando Pessoa, “sempre uma coisa defronte da outra”. O que se sabe: que Mangueira não chegou a ser o reduto militar que alguns historiadores registraram como explicação de seu povoamento. Que sua incrível comunidade é, muito mais, o produto natural do êxodo da Favela, do Querosene e do Salgueiro. Que tudo era quase um matagal desabitado e farto de mangueiras. Que, com a habitação, vieram os blocos. Com a fusão destes, a Estação Primeira. Que essa é a legítima expressão da verdade, testemunho pessoal de um dos seus construtores. Voz de Carlos Cachaça.
Carlos não foi um dos primeiros a chegar à Mangueira, simplesmente porque nunca chegou: já nasceu lá. É o primeiro grande bamba verde e rosa.
Todos os outros, quando chegaram por lá, já estavam indo morar nas terras do primeiro locador do morro, Tomás Martins, padrinho de Carlos Cachaça, que era quem assinava os recibos. Filho de ferroviário, Carlos Cachaça nasceu em 3 de agosto de 1902, na subida do morro, numa das casas que a Central do Brasil alugava aos seus funcionários, próximo á antiga ponte da Mangueira. Como o pai, ele também seria ferroviário e ligaria sua vida — de sambista, pingente social — aos trilhos e ao batuque do trem.
Antes, porém, de entrar nos trilhos, foi morar no morro, com Tomás Martins. O padrinho português, alugando terras para a construção de barracos e Carlos desfrutando de uma convivência importantíssima. Pelo contato íntimo com as coisas do samba e do morro. Pela gerência involuntária que era obrigado a exercer dos negócios do padrinho analfabeto.
Em 1914, Cachaça desceu o morro e foi para a avenida. Ali, Rio Branco, 133, fez o primário na Escola de Humanidades, mas não mudou o destino de sambista e ferroviário. Voltou para Mangueira, onde continuou sendo ninado pelo barulho do trem e acordado de madrugada por alguma confusão numa roda de samba mais próxima. Tinha 16 anos. Até os 24, foi tudo, não foi nada. Biscateou aqui e ali.
Quando o século XX entrou em sua segunda década, começavam a se processar as alterações que fariam com que Carlos Moreira de Castro se transformasse definitivamente em Carlos Cachaça. No ano da Semana de Arte Modernista, surgiu também o primeiro samba de Carlos Cachaça, cantado pelo morro todo — Não me Deixaste Ir ao samba em Mangueira. Não é de se desprezar o detalhe de que o morro, embora uma comunidade social só, conservava algumas divergências internas, especialmente no samba. Só de blocos, tinha 7: Tia Tomázia, Pérolas do Egito, Tia Fé, do Senhor Júlio, de Mestre Candinho, Príncipe das Matas e os Arengueiros.
Como o próprio título do primeiro samba esclarece, Cachaça falava do morro, não do seu bloco em particular. Por isso mesmo, todos os cantaram. Surgia espontaneamente a idéia de unificação, desabrochada 7 anos mais tarde.
Em 1926, Carlos Cachaça se tornou ferroviário e passou, no lado profissional, a seguir as pegadas do pai. No lado emocional, continuava ligado ao mundo do padrinho, aos barracos de Mangueira. Mais três anos, nascia a Estação Primeira de Mangueira.
Do bloco dos Arengueiros a que pertencia Carlos Cachaça, partiu o plano de transformar tudo numa coisa só. Uma reunião no Buraco Quente, na travessa Saião Lobato, 7, com a presença de Saturnino, Marcelino, Pedro Caim, Zé Espinguela, Manoel Sapateiro, Cartola, Candinho, Chico Porrão, Agenor de Castro, Gradim, Arturzinho, Maciste, Narciso, Pedro dos Santos e Pedro Camilo deu a luz a verde e rosa. Aí cabe um parágrafo especial: o lugar-comum faria com que Carlos Cachaça, se tivesse qualquer vaidade, incorporasse a posição em que vários historiadores da música popular o colocaram, isto é, dentro da reunião, como um dos fundadores. A sinceridade do compositor que era o orador da escola — e hoje é seu menestrel — impede a apropriação.
Carlos Cachaça, dos Arengueiros, uma das pessoas que mais lutou pela unificação sambística do morro, um dos mentores da fundação do Bloco-Escola, faz absoluta questão de dizer que, por uma razão qualquer, não pôde ir á reunião. Ele, que fora a todas as reuniões preliminares, que era um dos incentivadores do plano, não compareceu aquela reunião histórica. Isso não diminui seus méritos de fundador: aumenta a sua dimensão de homem.
Pouco tempo antes, novamente os Arengueiros, com um samba de Carlos, faziam o morro inteiro cantar. Outra exaltação ás coisas da Mangueira, sabiamente incluída neste elepê

Que harmonia lá em Mangueira
Que dá prazer para se brincar
O Laudelino no seu cavaco
Fazendo coisas de admirar
E de repente formam um enredo
Que até causa sensação
O Armandinho chega de flauta
Alípio sola no violão

Na nossa frente tem Angenor
José da Lúcia, tem Batelão
O réco-réco toca sozinho
E tropa toda bate na mão

Falta Otávio que eu não falei
Falta Aristides, falta “Martin”
Falta Simão na mesa de Umbanda
Falta Pedrinho no tamborim

Canta no coro Carlos Cachaça
Fazendo voz com o Expedito
Para terminar esta folia
Marcelino dá um apito

Carlos Cachaça e sua companheira Minininha (Clotilde)
Carlos Cachaça e sua companheira Minininha (Clotilde)
Foto: Encarte do LP

Quer dizer: não há duvida de que os anos vinte foram decisivos, o primeiro samba, a descoberta da vocação, a carreira de ferroviário, a fundação da Mangueira. Todos acontecimentos desse período, com peso altíssimo no meio século que ainda viria. Na Mangueira, reconhecido sempre como um grande compositor, melodista inspirado, foram precisos mais alguns anos para que esses seus dotes fossem expostos ao alcance do ouvinte médio do Rio de Janeiro. A Mangueira continuava — continua, de certo modo — funcionando como comunidade fechada, costumes e tradições independentes do desenvolvimento da metrópole, embora tão perto dela, embora estivesse a primeira estação a somente 5 minutos da Central.
Mas, se o morro não ia aos artistas e compositores urbanos, esses iam ao morro. Foi isso que proporcionou a antológica gravação de Aracy de Almeida, 1936, para o Não Quero Mais Amar a Ninguém. Foi isso, também, que notificou á cidade a existência de Carlos Cachaça, compositor intuitivo, capaz de fazer sozinho as suas letras e músicas ou se unir em parcerias férteis como, por exemplo, Cartola ou Hermínio Bello de Carvalho (de que o samba Alvorada é possivelmente o mais brilhante resultado). Hoje, Não Quero Mais Amar a Ninguém conta com dezenas de regravações. Tem verso premiado e arquivado na Academia Brasileira de Letras (o alexandrino “semente de amor que sou desde nascença”).

Quando Leopold Stokowsky, á bordo do navio Uruguai, quis ouvir os compositores brasileiros mais importantes e gravar as suas coisas, o convite era extensivo a Carlos Cachaça. No dia marcado ele estava trabalhando. Na estrada de ferro. Do encontro que não houve, ficou uma histórica gravação de Quem me Vê Sorrindo, pelo próprio Leopold Stokowsky para a Columbia americana.
Ferroviário, trabalhou até 1965. Aí, parou e construiu a casa aonde mora. Mangueira, é claro. Sambista, não requereu nem consta que vá requerer aposentadoria. Mangueirense, andou uns tempos “licenciado” meio afastado, como o afilhado, concunhado e amigo Cartola. Agora, com a nova diretoria, os dois voltam rejuvenescidos, dispostos a encaminhar a Mangueira “para o seu verdadeiro destino”.
Mais que um elepê, no sentido tradicional, este é um registro da participação e permanência de Carlos Cachaça como figura de destaque de um dos maiores núcleos do samba, desde sua instituição como o gênero musical mais identificado com a alma carioca do povo brasileiro. Não pode, evidentemente, ser visto de outra perspectiva, sob ameaça de distorção do seu verdadeiro significado.
Com espírito de garimpeiro, Pelão, o produtor, percorreu os mais de 50 anos de samba de Carlos Cachaça, escolhendo cada faixa não só pelo seu conteúdo musical ou literário intrínseco, mas por suas inevitáveis implicações com a crônica da cidade do Rio de Janeiro. No mesmo clima, João de Aquino se despojou de seus conhecimentos técnicos e de sua cultura musical para que os arranjos deixassem cada música o mais perto possível da Mangueira. Na realização desta tarefa, eles contaram com o talento necessário de Raul de Barros (trombone), Copinha (flauta), Waldir de Paula (violão de 7 cordas), Canhoto (cavaquinho), Meira (violão) e Marçal, Elizeu, Jorginho, Gilson (ritmo). E alguma preciosidades como Por Te QuererSe Algum DiaCrueldadeTerra EstranhaClotilde e Amor que Nasce no Carnaval ficaram surpreendentemente parecidas com a cara de Carlos Cachaça.

Roberto Moura3

LETRAS
TODO AMOR

Todo amor no princípio tem sabor
Tem perfume, tem odor, que embriaga o coração
Mas depois é uma taça incolor
Que só contém amargor, dessabor e maldição

Todo amor principia com beijos e risos
E no princípio forma um paraíso
E depois com o tempo um dos dois vem se arrepender
Um amor para gozar e outro para sofrer

QUEM ME VÊ SORRINDO

Quem me vê sorrindo
Pensa que estou alegre
O meu sorriso é por consolação
Porque sei conter
Para ninguém ver
O pranto do meu coração

O pranto que eu perdi
Por esse amor, talvez
Não compreendestes
Se eu disser não crês
Depois de derramado, ainda soluçando
Tornei-me alegre, estou cantando

AMOR DE CARNAVAL

O amor que nasce no Carnaval
Não faz mal a ninguém
É alimentado com sorrisos
Barulhos de guizos e valor não tem

Passo estes três dias infernais
Desaparecem as fantasias
E também desaparece
Aquele amor que nasceu nos três dias

E depois só se conhece
Por acaso quem chamou
Pelos cantares brejeiros
Dançares maneiros que nos ensinou

CRUELDADE

Foste tu cruelmente
A causa crescente
Do meu padecer
Me levastes ao fim
Hoje passas por mim
Fingindo não me ver

Quem pratica a bondade
Recebe falsidade
De quem não merece
Quem bate nunca se lembra
Mas também quem apanha
Nunca se esquece

Se eu depois melhorar
Então podes voltar
Precisando outra vez
Quem já fez uma, faz duas
Não é muito difícil
Fazer as três

SE ALGUM DIA

Se algum dia eu souber
Que você vai deixar
Meu coração, que é todo seu
Em busca de outro amor
Não serei mais feliz
Porque você não quis
Depois serei, como fui seu
Da minha dor

Se a dor depois, por ingratidão
Também me deixar
Eu hei de chorar
Com muita razão
Por não ser feliz
E hei de dizer a quem perguntar
Prefiro morrer
Do que serve viver
Se a dor que crescia
Também não me quis

Se me perguntarem a causa da dor
E dos meus queixumes
Eu terei ciúmes
Não responderei
Sentindo depois
E mesmo sofrendo, a causa da dor
Guardarei comigo
Em meu peito amigo
E pode voltar
A paz entre nós dois

NÃO ME DEIXASTE IR AO SAMBA

Não me deixastes ir ao samba em Mangueira
Mas tu saistes pra brincar no candomblé
Agora espero que tu me mandes embora
Amor tão rude, meu coração não faz fé

Eu não te deixo ir ao samba em Mangueira
Principalmente lá na casa do Arthurzinho
Eu tenho medo que tu fiques por lá
Porque a tropa toda sabe brincar direitinho

HARMONIA EM MANGUEIRA

Que harmonia lá em Mangueira
Que dá prazer para se brincar
O Laudilino no seu cavaco
Fazendo coisas de admirar

E de repente com algum enredo
Que até causa sensação
O Armandinho chega de flauta
Alípio sola no violão

Na nossa frente tem Angenor
José da Lúcia, tem Batelão
E o reco-reco toca sozinho
A tropa toda bate na mão

Falta Otávio, que eu não falei
Falta Aristides, falta “Martim”
Falta Simão na mesa de umbanda
Falta Pedrinho no tamborim

Canta no couro Carlos Cachaça
Fazendo voz pro Expedito
Pra terminar essa folia
O Marcelino dá um apito

AS FLORES E OS ESPINHOS

Enquanto houver flores no seu jardim você
Você não se lembra dos meus carinhos
Quando as flores murcharem eu quero ver você você
Beijar espinhos

Mas sei que nesta vida tudo passa
E se esvai como a fumaça
A própria felicidade
E hoje por sonhares com a riqueza
Desprezas minha pobreza
Para que, tanta maldade

CABROCHA

Cabrocha, nunca foste rainha
Nem nunca te inscreveram
Em concursos de beleza como miss
Mas do samba brasileiro
Tens que ser a imperatriz
Coroada no estrangeiro

JURAMENTO FALSO

Jurar é mentir, jurar é fingir, jurar é pecado
E eu posso afirmar porque me juraram um amor sagrado
Depois que entreguei o meu coração, tão quente, na jura
A mesma criatura, jurou não ter jurado

Não sei como pode ainda existir quem jura mentindo
A chorar fingindo que o tal juramento que faz é sincero
Jurar eu não quero, mas se eu regesse as leis do Senhor
Condenava e matava quem faz e não cumpre as tais juras de amor

Já me arrependo de ter condenado a quem me jurou
E que depois chorou fingindo verter o pranto sentido
Já tinha esquecido que a uma pessoa eu também jurei
E foi mentira jura
Foi falsa e impura, porque nunca amei

CLOTILDE

Contigo eu quero comparar
O céu, lindo céu
Em noites lindas
Em noites de luar
Porque em ti tudo é luz
Que resplende muito mais
Do que as terciárias
Estrelas de Jesus
Amor, quando sorriso eu vejo
Doces lábios de pérolas
Como se fossem anjos
Protegendo teu beijo
Daí, nascida a inspiração
Formam tantos castelos
Poemas, versos, queros,
Na imaginação

Pudesse com ela o sol viver
Perdão Senhor meu Deus
Meu Deus, meu Deus
Talvez inveja causaria
Aos anjos de Maria
Aos próprios anjos seus
Meu Deus
Perdão se blasfemo Senhor
Confesso-te temor
Nestes gritos profundos
Mas não
Não posso esquecê-la
Eu quero um dia tê-la
Para viver entre dois mundos

ALVORADA

Alvorada lá no morro que beleza
Ninguém chora não há tristeza
Ninguém sente dissabor
O sol colorindo
É tão lindo, é tão lindo
E a natureza sorrindo
Tingindo, tingindo

Você também me lembra a alvorada
Quando chega iluminando
Meus caminhos tão sem vida
Mas o que me resta
É tão pouco ou quase nada
Do que ir assim, vagando
Nesta estrada perdida

  1. MOURA, Roberto. “CARLOS CACHAÇA (Continental)”. O PASQUIM (RJ) 18 a 24-6-76, p.23 ↩︎
  2. MOTTA, Nelson. “Aos 74, o primeiro de Cachaça”. O GLOBO (RJ) 26-8-76, p.42 ↩︎
  3. MOURA, Roberto. “Encarte” LP: CARLOS CACHAÇA, Continental 1-19-405-026 (1976) ↩︎