EMENTA:
CONCEDE A MEDALHA TIRADENTES E O RESPECTIVO DIPLOMA AO COMPOSITOR NELSON MATTOS, O “NELSON SARGENTO”.

Autor(es): Deputado CHIQUINHO DA MANGUEIRA

A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO RESOLVE:

Art. 1º – Fica concedida a Medalha Tiradentes, e o respectivo Diploma, ao compositor Nelson Mattos, o “NELSON SARGENTO”.

Art. 2º – Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Plenário Barbosa Lima Sobrinho, em 18 de junho de 2008.
Dep. CHIQUINHO DA MANGUEIRA
PMDB

JUSTIFICATIVA

O Sargento, que mais parece um sobrenome, do autor do majestoso samba “Agoniza mas não Morre”, corresponde, na verdade, à mais alta patente que o cidadão Nélson Mattos atingiu quando serviu ao Exército brasileiro. Nascido a 25 de julho de 1924, viveu durante longos anos nos morros da cidade do Rio de Janeiro. Atualmente, é morador de Copacabana e considerado cidadão do mundo, já que sua música é conhecida, pelo menos, nas Américas e no Japão. Casado com Evonete Belizario Mattos — empresária e produtora — criou onze filhos e vários netos e bisnetos. Vascaíno por opção, o compositor mangueirense possui aproximadamente quatrocentas músicas em seu repertório.

Trata-se de um artista multimídia: é compositor, cantor, pesquisador da música popular brasileira, artista plástico, ator e escritor. Despontou para a música na adolescência, quando Alfredo Português, seu pai de criação e importante compositor do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, descobriu o grande talento que surgia. Compuseram em 1955 o samba-enredo “Primavera”, também chamado de “As Quatro Estações do Ano”, considerado um dos mais belos de todos os tempos.

Nélson integrou o conjunto A Voz do Morro, ao lado de Paulinho da Viola, Zé Keti, Elton Medeiros Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho. Entre os seus parceiros de composição musical, estão Cartola, Carlos Cachaça, Darcy da Mangueira, João de Aquino, Pedro Amorim, e Daniel Gonzaga. Escreveu os livros “Prisioneiro do Mundo” e “Um certo Geraldo Pereira”. O próximo, já no prelo, tem como título provisório “O Samba Eu” e narra de maneira romanceada, mas com detalhes que vêm à tona graças à sua memória privilegiada, passagens da sua vida. Atuou nos filmes “O Primeiro Dia”, de Walter Salles e Daniela Thomas, “Orfeu do Carnaval” de Cacá Diegues, e “Nélson Sargento da Mangueira” de Estêvão Pantoja, que lhe valeu a premiação do Kikito, no Festival de Gramado, pela melhor trilha sonora entre os filmes de curta metragem.

Nélson Sargento é o que se poderia chamar de um legítimo carioca, um tipo infelizmente cada vez mais raro. É um homem elegante — na acepção mais civilizada do termo — e um defensor incansável da cultura popular de sua terra. Segundo o jornalista Sérgio Cabral “nem todas as pessoas inteligentes, de bom gosto e de bom caráter têm um quadro de Nélson Sargento na parede ou um disco dele na estante, mas todas as pessoas que convivem com uma obra do Nélson são inteligentes, de bom gosto e de bom caráter. Na verdade, ter em casa o samba e a pintura de Nélson Sargento, além de um privilégio, é uma certidão de ‘carioquismo’”.

Ele chegou aos 78 anos no auge da sua carreira. Seus sambas e seus quadros são cada vez mais numerosos e mais bonitos. O segredo para permanecer tanto tempo em destaque pode ser atribuído à tranquilidade com que sempre enfrentou os problemas e a paciência e a habilidade de que sempre utilizou para resolvê-los. É permanente alvo de grandes homenagens tanto de pessoas quanto de instituições. Uma das mais belas, sem dúvida, partiu dos compositores Aldir Blanc e Moacir Luz, autores de um samba em que ele é classificado como o “mestre dos mares, que singra as águas da baía”, e assim definido: “ele é um samba de quadra da Mangueira/ que Deus letrou/ dá aula sobre a cidade/ e nesta universidade é o Reitor.” […]

Zilmar Basilio – Jornalista e Pesquisadora da MPB.

RIO DE JANEIRO. Projeto de Resolução nº 638/2008, de 18 de junho de 2008. ALERJ. 
Medalha Tiradentes, e o respectivo Diploma:
AO COMPOSITOR NELSON MATTOS, O “NELSON SARGENTO”, Rio de Janeiro, RJ:
Autor: Deputado CHIQUINHO DA MANGUEIRA (PMDB), 19-6-08.

  1. A Medalha Tiradentes é uma honraria concedida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e destinada a premiar pessoas e entidades que prestaram relevantes serviços à causa pública do estado do Rio de Janeiro, Brasil. A medalha foi instituída pela Resolução Nº 359, de 8 de agosto de 1989, e sua entrega é realizada apenas uma vez por ano, sempre no dia 21 de abril, dia de Tiradentes, sendo a mais alta condecoração concedida no âmbito fluminense. MEDALHA TIRADENTES. [S.d.] – Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Medalha_Tiradentes&oldid=65928688>. Acesso em: 24 mai. 2023. ↩︎